Festival de Cinema de Gramado: Uma festa para celebrar o cinema.

45º Festival de Cinema de Gramado 2017 – Fotos de Divulgação : “Kikitos & Troféus” – TROFÉUS KIKITO – EDUARDO ABELIN – OSCARITO – Crédito Edison Vara / Pressphoto

Em 1973, o longa Toda Nudez Será Castigada, de Arnaldo Jabor, deixava uma marca importante no cinema brasileiro: faturou o título de “melhor filme” na primeira edição do Festival de Cinema de Gramado. Cinco meses após levar a premiação em Gramado, o filme foi censurado pela ditadura militar. Na ocasião, ninguém poderia imaginar tal repercussão. Nem do filme e nem da premiação realizada na Serra gaúcha, que se tornaria o principal evento brasileiro dedicado à sétima arte.

Cartaz do filme Toda Nudez Será Castigada

Desde então, quando é tempo de Festival de Cinema, as ruas de Gramado viram cenários de encontros de artistas, diretores, entidades do cinema brasileiro e estrangeiro. A disputa pelo Kikito anima os debates, cria polêmicas, gera curiosidade pelas criações cinematográficas do ano e, assim, contribui para a qualificação das produções. Uma grande festa que celebra a arte do cinema por seus realizadores, estudiosos de cinema, imprensa e público em geral. O Festival de Cinema de Gramado busca, acima de tudo, revelar o que há de novo na produção cinematográfica brasileira e latina, concorrendo para disseminar as obras e talentos que despontam nesse campo, promovendo discussões, conferências, encontros, painéis, a divulgação das mais recentes publicações, entre outros tantos eventos conectados à esfera do cinema.

Festival de gramado 2ª edição. Foto: Daniel de Andrade Simões


Othon Bastos, José Wilker, Sônia Braga, Lucélia Santos, Fernanda Torres, Marieta Severo, Hugo Carvana e Marília Pêra são alguns dos atores que têm o Kikito, troféu da premiação (leia mais em seguida), em casa. Em nível internacional, Pedro Almodóvar, Juan José Campanella, Javier Bardem, Marisa Paredes e Norma Aleandro já foram consagrados. Em 2017, a edição que marcou os 45 anos de Festival de Cinema de Gramado, o filme “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky, recebeu a premiação máxima do evento. O longa-metragem conquistou seis Kikitos, entre eles, melhor filme, direção, ator e atriz, além de atriz coadjuvante.

Rebobinando

Naquele ano de 1973, o evento, oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema, teve realização por meio da união da Prefeitura Municipal de Gramado com a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Embrafilme, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e Educação e Cultura do Estado, e aconteceu de 10 a 14 de janeiro.

Com a chegada dos anos 1980 e o aprimoramento das discussões sobre arte e cultura nos diversos espaços, o evento conquistou o título de um dos maiores do gênero no País. Já no início dos anos 1990, com a posse do governo de

Fernando Collor, o Brasil presenciou um processo de quase extinção da cinematografia nacional. Para sobreviver, o Festival se tornou internacional com uma edição ibero-americana, realizada entre 15 e 22 de agosto de 1992. A nova fórmula internacional, inédita no Brasil, foi aprovada, dando novo significado ao evento, agora com sua data fixada sempre na primeira quinzena de agosto.

Kikito, o “Deus da Alegria”

O Kikito, estatueta símbolo e prêmio do Festival de Gramado, foi criado pela artista Elisabeth Rosenfeld, uma grande incentivadora do artesanato gramadense, em meados dos anos 60. Anos depois, quando o presidente do Instituto Nacional do Cinema (INC), Ricardo Cravo Albim, conheceu o Kikito, sugeriu que a estatueta fosse utilizada como troféu máximo de festivais de cinema. O Kikito mede 33 centímetros de altura e, por muitos anos, foi confeccionado em madeira de imbuia. A partir de 1990 passou a ser feito de bronze. A estatueta “risonha” é conhecida como o símbolo do bom humor.

Kikito até 1989 era confeccionado com madeira imbuia pelo artesão gramadense “Xixo”.

Celebridades nas ruas de Gramado

É bastante comum encontrar celebridades do cinema brasileiro andando pelas ruas de Gramados no período que acontece o festival. Um dos motivos é o Troféu Oscarito, destinado a grandes atores da cinematografia brasileira. Veja quem já recebeu:

2017 – Dira Paes
2016 – Sônia Braga
2015 – Marília Pêra
2014 – Flávio Migliaccio
2013 – Glória Pires
2012 – Betty Faria
2011 – Fernanda Montenegro
2010 – Paulo Cesar Pereio
2009 – Reginaldo Faria
2008 – Walmor Chagas
2007 – Zezé Motta
2006 – Antônio Fagundes
2005 – Glória Menezes e Tarcísio Meira
2004 – Lima Duarte

2003 – Milton Gonçalves
2002 – Marieta Severo
2001 – Hugo Carvana
2000 – Paulo José
1999 – Lucy Barreto e Luiz Carlos Barreto
1998 – Nelson Pereira dos Santos
1997 – José Lewgoy
1996 – Cinédia, representada por Alice Gonzaga
1995 – Carlos Manga
1994 – Alberto Ruschel
1993 – Anselmo Duarte
1992 – Walter Hugo Khouri
1991 – Grande Otelo

No clima do festival

Selecionamos, entre os diversos vencedores do Festival de Cinema de Gramado, algumas sugestões de filmes para entrar no clima da premiação. Filme bom é sempre uma delícia de assistir, não é mesmo?

Como Nossos Pais

Melhor filme de 2017
No filme dirigido por Laís Bodanzky, Rosa é uma mulher que se encontra em uma fase peculiar de sua vida, marcada por conflitos pessoais e geracionais: ao mesmo tempo que precisa desenvolver sua habilidade como mãe de suas filhas, manter seus sonhos, seus objetivos profissionais e enfrentar as dificuldades do casamento, ela também continua sendo filha de sua mãe, Clarice, com quem tem uma relação cheia de conflitos. Maria Ribeiro, no papel de Rosa, dá um show de interpretação.

Elis

Melhor filme pelo Júri Popular de 2016
Melhor filme pelo Júri Popular de 2016 O filme é uma biografia sobre Elis Regina, interpretada por Andréia Horta. A sequência mostra rápida ascensão, a mudança do Rio Grande do Sul para o resto do Brasil, as polêmicas, a personalidade intensa e as histórias da dona de uma das principais vozes do país, em carreira marcada por altos e baixos.

Colegas

Melhor filme de 2012
O trio de amigos Stallone, Aninha e Márcio decide sair do instituto para portadores da síndrome de Down onde moram para realizar o sonho individual de cada um, inspirados por inúmeros filmes. Imprensa, polícia e muita gente acabam envolvidas nesta que é uma grande e alegre aventura. Emoção dentro e fora das telas!

O Som ao Redor

Melhor filme pelo Júri Crítico de 2012
Daqueles filmes para pensar. Essa é uma reflexão sobre história, violência e barulho. A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, outros passam por momentos de extrema tensão. No meio disso, casada e mãe de duas crianças, Bia tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho.

Medianeiras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual

Melhor filme estrangeiro de 2011
Delicado. Assim é Medianeiras. Essa é a história de Martín e Mariana, seres solitários que moram em Buenos Aires. Ele é meio deprimido e não se conforma com a maneira como a cidade cresceu e foi construída. Fica grande parte do tempo no computador. É através da internet que conhece Mariana, sua vizinha (ainda que não saiba disso), também solitária e desiludida com a vida moderna numa grande cidade.

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